A vida é eterna!

Uma das experiências mais “igualitárias” da existência humana é a morte. Todos morrem. Ninguém escapa. Ninguém fica para semente, como diz o provérbio popular. Cedo ou tarde ela virá. Exatamente por isso ela é um tema sempre atual. Um tema angustiante para alguns, mas também libertador e orientador da própria vida.

Dela se ocupam os pensadores da filosofia, da religião, da antropologia, das artes… Dela nos ocupamos nós, cada vez que ela bate à nossa porta e tira alguém que amamos do nosso convívio. Sim! A morte dá o que pensar.

Ainda que muitos tenham medo da morte, o problema não é o morrer, mas deixar morrer. Facilmente encontramos pessoas que não conseguiram elaborar seus lutos. Vivem um luto eterno: É como se a vida tivesse acabado quando alguém partiu. “Perder” alguém que a gente ama, dói. Dói muito. Mas a morte de alguém traz sempre um caminho a percorrer. Se ficarmos parados, morremos com quem morreu.

 A saudade é saudável. É necessária. E, de certa forma, até podemos dizer que é um indicador de felicidade. Afinal, quem não sente saudade de ninguém, deve ser alguém realmente muito triste. Saudade é um termômetro do amor. Saudade é um indicador de vida que valeu a pena.

Assim, conjugando vida e morte, entre encantos e acalentos, ponderando entre o agora e o que virá, vamos seguindo o caminho do viver. Como diz o grande pensador Blaise Pascal, “nós estamos embarcados na viagem da vida rumo ao seu destino”.

Se a morte for entendida como um fim em si, as coisas se complicam. A experiência que se viveu sempre parecerá insuficiente. O dito “morreu, acabou-se”, é muito duro. A gente não aguenta. Há que se ter algo mais. Por isso as religiões sempre tratam a morte como uma passagem, um percurso, uma ponte que nos leva desta para outra dimensão, desta realidade material para uma transcendente. O corpo se aniquila, mas a alma permanece viva.

Não tão distante da espiritualidade, mas talvez como que gênese e ápice dela, a morte só é totalmente morte para quem não amou. Mas o menor esforço de amor já abriu a vida a eternidade. Por outro lado, quem foi amado, mesmo que amor não tenha dado, também de alguma forma já ficou eterno. O amor é altamente contagioso.

O que torna a vida eterna é o amor. Mesmo que aqui alguém não tenha amado ou tenha sido amado por alguém, alguém o amou para estar aqui. E se o amor está no seu princípio da vida, como ensinam as maiores tradições religiosas, o seu ocaso também no amor será.  Daí entende-se o que disse o filósofo Gabriel Marcel: “Amar é dizer, você não morrerá”!

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